Review do episódio 5x01, Escape From New York

Pretty Little Liars está de volta e a estreia da quinta temporada pareceu, de facto – como nos havia sido prometido – uma final. Uma final que, enquanto episódio, resultou bastante bem e nunca teve tempos mortos, pois lidámos muito de perto com “A” em todas as cenas. É que é todo esse mistério que, ao fim e ao cabo, nos cola a todos ao ecrã, por mais que estrebuchemos e nos sintamos frustrados por não saber qual é a sua verdadeira identidade.

O episódio inicia-se momentos depois de Ezra ter sido alvejado. Vemo-lo a ser transportado para uma ambulância, com as Liars a ver a cena à distância. Aria está particularmente transtornada. Noel dá um ar da sua graça ao contar à polícia que ouviu um disparo e que, quando subiu ao terraço, Ezra já estava prostrado. Por alguma razão, ainda não confio em Noel. Ele está a ajudar Alison, mas, pelo que nos foi dito no final da quarta temporada, ela é capaz de estar a chantageá-lo. Por fim, antes de o teaser terminar, Alison, que está escondida numa varanda, vê uma pessoa encapuçada no tejadilho da ambulância. Como é que ela subiu para lá sem ninguém reparar é uma pergunta que não interessa nada.

As Liars combinam separar-se. Aria e Alison vão para o Hospital saber como está Ezra; Spencer, Emily e Hanna vão servir de distração, caso “A” dê sinais de si.

Entretanto, em casa dos Hastings, todos estão preocupados com a ausência de Spencer. Melissa aproveita para mentir mais um bocado e falar mal de Alison mas, quando se prepara para contar à sua mãe a verdade sobre a suposta morte dela, Peter agita-se e a polícia surge.

De volta a Nova Iorque, a caminho do Hospital, Alison aproveita para perguntar a Aria se Ezra ainda tem hipóteses com ela. Pessoalmente, achei isto completamente despropositado. Elas nem sequer sabiam se ele iria sobreviver, quanto mais se iria voltar a namorar com Aria… Enfim, teenagers.

Como um ioiô, o episódio leva-nos de novo à família Hastings, agora com Holbrook presente para informar que a polícia de Rosewood continua a ser do mais incompetente possível, já que deixou CeCe escapar. Melissa tem a oportunidade de revelar tudo o que sabe, mas Peter detém-na e Veronica repara que algo de errado se passa entre os dois.

No Hospital, apercebemo-nos de que “A” já está nas instalações e, claro está, ninguém repara - nem no Hospital nem na rua - que ela tem uma máscara escura e que parece um ladrão. Spencer, Emily e Hanna vêem-na, mas, em vez de saltarem para cima dela, preferem ir sentar-se um bocadinho, porque o caminho para o Hospital cansou-lhes as pernas. A mim, pelo menos, cansaria, por isso não as culpo. Por seu turno, “A” repara que as Liars estão no Hospital e sente-se encurralada. Por isso, envia um SMS para pôr em marcha um backup plan. E o melhor é que consegue escrever a mensagem sem erros no touch screen usando luvas grossíssimas!

O plano de “A” inicia-se e desagua em Alison e as outras Liars a pensarem que apanharam a pessoa que lhes quer fazer mal. Mas, de repente, no parque onde estão, um bando de pessoas encapuçadas surge e desnorteia-as até a polícia aparecer e todos fugirem. Esta foi uma das cenas mais estranhas de Pretty Little Liars e, sinceramente, estava à espera de melhor.

Entretanto, no Hospital, Aria – adivinhem só – está sozinha, como acontece sempre nesta série. Ouve que já retiraram a bala que estava no interior de Ezra e que ele está em recuperação.

Enquanto isso, Mona, ao ouvir na televisão que a polícia pode encontrar Alison e que ela poderá estar de volta mais cedo do que imagina, tem a ideia de reunir um exército de pessoas antigamente gozadas pela rapariga loira. E Lucas faz parte dele. Já tinha saudades.

Em casa de Spencer, Melissa diz ao pai que quer contar a verdade sobre a rapariga morta no lugar de Alison, mas Peter, bêbado e aterrador, diz-lhe que Veronica não pode saber de nada. Ora bolas, Melissa. Pela primeira vez na tua vida, quiseste contar a verdade sobre alguma coisa e não te deixaram. Enquanto isso, Holbrook investiga Ezra Fitz.

Depois de falarem com Aria ao telemóvel, as restantes Liars vão esconder-se num teatro até que Ezra acorde e lhes conte quem é “A”. Numa analepse, percebemos que esse era um sítio especial de Ezra e Alison. É também nessa cena que Alison descobre que Ezra é abastado como o caraças. O flashback em si foi apenas isto. Contudo, o facto de Alison ter percebido que o apelido de Ezra é Fitzgerald pode ter sido importante para algo que ela possa ter feito depois. Não se esqueçam que, no episódio 3x16, Misery Loves Company, Alison conta a Aria por meias palavras que conhecia a mãe de Ezra e que ela lhe dava dinheiro. Será que a estava a chantagear?

Quando as Liars vão à procura de comida, encetam uma conversa absolutamente banal que faz com que Alison se sinta deslocada do grupo. Aqui percebemos que os próximos episódio deverão girar à volta deste tema, que acho bastante interessante. A determinada altura, Alison decide fazer um telefonema, recusando-se a contar às amigas para quem vai telefonar.

De volta ao Hospital, Shana aparece do nada para fazer companhia a Aria, mostrando-se estranhamente prestável.

No teatro, quando as Liars já estão a dormir, alguém entra e acorda Alison de uma forma assustadora. Mas calma, é apenas CeCe, que, afinal, continua a ser sua amiga. Numa conversa entre as duas até nos é dito que CeCe ajudou Alison em Ravenswood. Alison entrega o seu bilhete de avião à amiga, para que possa fugir da polícia. Despedem-se com um abraço caloroso, sob o olhar de Noel, que esperava que acontecesse uma cena lésbica entre as duas.

No Hospital, Aria acorda na sala de espera e vai visitar Ezra ao quarto, onde já está Shana. Ezra abre os olhos e fica bastante agitado ao ver Shana na sala. É então que percebemos que ela não é mesmo de confiança.

De volta às restantes Liars, Emily exige saber o que Alison esteve a fazer fora do teatro. Alison conta-lhe que CeCe não é Red Coat e que, aliás, foi ela que desligou a máquina que iria cerrar ao meio a caixa onde Emily estava presa. Alison, para variar, pede-lhe que guarde segredo.

Já Mona logra reunir um grupo de pessoas que estão contra Alison, contando com a presença de Paige que, no entanto, se recusa a fazer parte do seu plano. Todavia, quando se prepara para se ir embora, Melissa surge e, pela conversa, parece que conhece Mona e está aliada a ela.

Holbrook localiza finalmente Alison, deixando as raparigas preocupadas. Todas incitam Ali a fugir de avião, mas ela confessa que deu o passaporte a outra pessoa, recusando-se a revelar quem. E, no hospital, Aria volta a visitar Ezra, que já está estabilizado. Ela aproxima-se e ele sussurra-lhe quem foi a pessoa que lhe deu um tiro e que acha que é “A”.

Numa das melhores cenas de sempre, mas também mais frustrantes, Shana surge no palco do teatro com uma arma apontada às Liars. Confessa que foi ela quem fechou as raparigas no alojamento, no final da terceira temporada, e que se voltou contra Alison depois de ela a ter enviado para Rosewood (provavelmente pouco tempo depois de Mona ter ido para Radley) e de se ter apaixonado por Jenna. Aliás, tudo o que ela tem feito foi em prole dela, em jeito de vingança. Mas mais nada se soube. Ficaram imensas pontas soltas, pois a rapariga acaba por morrer quando Aria, numa cena de acção de cortar a respiração, a empurra do palco a baixo.

Como eu adoro ver a Aria fazer alguma coisa! É que, quando faz, faz em grande, apesar de ser pequena.

Posto isto, acredito que Shana não seja a última “A” e que as ameaças não cessem de existir. Se assim fosse, a série perderia toda a identidade. É que, tal como explicitei no início do texto, esta história é sobre a “A” e os perigos que coloca às Liars. Se não houver mais “A”, não há mais série. Uma série que foi renovada para mais duas temporadas.

-R